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Aproveitamento Integral

Entenda como ocorre a perda e o desperdício de alimentos ao longo da cadeia de produção

O Brasil é um dos países que mais produz alimentos no mundo e, por outro lado, é um dos que mais desperdiça.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), 33% da produção mundial de alimentos é perdida por ano.

No ranking, o Brasil está entre os dez países que mais desperdiçam e, segundo dados da Embrapa de 2018, anualmente, cada brasileiro joga no lixo 41,6 quilos de alimentos.

Essas proporções geram sobrecarga ao meio ambiente, pois a produção é maior do que o consumo, assim causando a perda e o desperdício.

Diante deste cenário, a FAO estabeleceu como um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030: “Consumo e Produção Responsáveis” e um dos caminhos para atingir esta meta é a redução do desperdício de alimentos.

De onde vem o desperdício?

Muitos acreditam que é somente aquilo que sobra no prato das casas brasileiras, mas ele ocorre em todo o processo produtivo de alimentos, que vai do plantio até o consumo

Durante essa rota, há também outro ponto relevante, que é a distinção entre a perda e o desperdício.

Perda de alimentos X Desperdício de alimentos

Perda de alimentos durante a colheita

Segundo a FAO, a perda é a redução da quantidade ou qualidade dos alimentos antes de chegar a ser comercializado nos mercados e outros estabelecimentos. Já o desperdício é o que ocorre a partir da venda

Portanto, o que está associado ao consumidor é o desperdício, mas é importante entender o caminho que a comida percorre até chegar à mesa, para refletir por que os alimentos são perdidos ou desperdiçados, enquanto mais de 70 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar moderada ou grave no Brasil, desde 2020, de acordo com a FAO.

Produção e colheita

Colheita na plantação de pequeno produtor

Durante esses processos, um alimento se perde por diversos motivos:

  • Pragas na plantação;
  • Condições climáticas;
  • Falta de conhecimento técnico do agricultor;
  • Ausência ou ineficácia de políticas que subsidiem o pequeno agricultor para que ele tenha possibilidades de investir em tecnologias de plantio e colheita.

Para um agricultor, a perda de alimentos, nesta etapa, significa a redução do lucro. No caso do pequeno produtor, a situação é ainda mais impactante, pois ele não possui acesso aos meios de prevenção de perdas e, consequentemente, o investimento necessário para comprar suprimentos nos períodos de entressafra diminui. 

Armazenamento e transporte

Armazenamento de frutas em uma central de abastecimento

Nesta fase, a qualidade do alimento deve ser mantida íntegra tanto no aspecto de textura, sabor e cor, quanto à garantia dos nutrientes e estabilidade do abastecimento alimentar.

No que se refere ao abastecimento, as pessoas envolvidas devem ter conhecimento nos quesitos de:

  • Qualidade das instalações de armazenamento;
  • Acondicionamento durante o transporte das embalagens;
  • Boas condições de armazenamento e instalações de refrigeração.

Distribuição

Seleção dos melhores alimentos para comercialização

Frutas ou legumes muito grandes ou pequenos, com diferentes formatos e cores, e com padrão estético único são chamados de alimentos imperfeitos.

Muitas vezes, eles são rejeitados pelos varejistas e consumidores, e vão parar no lixo. No entanto, ao descartá-los também ocorre uma grande perda nutricional

Por isso, é necessário a criação de iniciativas de comercialização desses alimentos, como uma forma de também atender aos ODS: 

  • Padrões de consumo e produção sustentáveis no manejo dos recursos; 
  • Diminuição de desperdício e geração de resíduos;
  • Incentivo ao mercado em adotar boas práticas.

Desperdício no consumo

Cada brasileiro joga no lixo mais de 40 quilos de alimentos por ano

No final deste ciclo há o consumidor, que para diminuir o descarte doméstico, é possível adquirir alguns hábitos, como: planejamento de compra, armazenamento e conservação, repertório de receitas e técnicas de preparação.

O programa Alimente-se Bem pode ajudar com essas ações, por meio de conteúdo informativo e sugestões de receitas saborosas, nutritivas e práticas, a partir do aproveitamento integral de alimentos.

As sobras de arroz e feijão também podem ser aproveitadas em receitas como almôndegas de feijão e nhoque de arroz, pois segundo um estudo da Embrapa de 2018, são os alimentos mais desperdiçados

Se gostou deste conteúdo, compartilhe, e também coloque em prática as iniciativas sustentáveis de compostagem e hortas caseiras. 

21/07/2023 09:00

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