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Alimentação Saudável

Alimentação e câncer: mitos e verdades no tratamento e prevenção

Todos sabem que a alimentação desempenha um papel fundamental na saúde. E não é diferente durante o tratamento contra o câncer

Entretanto, é comum que diversos mitos circulem gerando dúvidas e insegurança sobre o que pode ou não ser consumido.

Sejam crenças de que determinados alimentos "fortalecem o câncer" ou que dietas restritivas são a solução, é essencial separar os fatos das suposições. 

Trata-se de um passo importante para adotar práticas alimentares que, realmente, promovam bem-estar e auxiliem no tratamento da doença.

Por isso, confira 10 dúvidas a respeito da alimentação na prevenção e tratamento contra o câncer.

Existem alimentos que curam câncer?

MITO - Nenhum alimento isolado tem o poder de curar uma doença. Uma alimentação saudável deve ser equilibrada e diversificada, adicionando frutas, legumes, verduras, leguminosas e cereais integrais

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a recomendação é consumir, no mínimo, cinco porções diárias de vegetais, incluindo frutas e hortaliças.

Apostar em uma alimentação colorida e variada, é importante para fornecer os nutrientes necessários à saúde e contribuir na prevenção e no tratamento do câncer.

Alimentos processados aumentam o risco de câncer, especialmente de intestino

O consumo de carne processada está associado a um maior risco de desenvolver a doença?

VERDADE - Desde 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica as carnes processadas (bacon, linguiça, salsicha e presunto) como cancerígenas.

O consumo regular desses alimentos está associado a um maior risco de desenvolver câncer, especialmente de intestino (cólon e reto). 

Esses produtos passam por processos como defumação, cura, fermentação ou adição de conservantes químicos, que podem formar substâncias nocivas ao organismo. 

O recomendado é limitar ao máximo o consumo de carnes processadas e priorizar fontes de proteína mais saudáveis.

A obesidade aumenta o risco de desenvolver câncer?

VERDADE - O excesso de gordura corporal é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de vários tipos de câncer

A obesidade pode levar a alterações metabólicas, hormonais e inflamatórias que favorecem o crescimento de células tumorais.

Manter o peso saudável, associado a um melhor estilo de vida, é uma das principais formas de prevenção contra o câncer.

Chá de graviola ajuda na cura do câncer?

MITO - Embora o chá de graviola contenha a acetogenina, um composto com propriedades antitumorais, isso não significa que ele seja capaz de curar o câncer. 

Além de não haver comprovação científica de sua eficácia como tratamento, o consumo excessivo do chá pode ser prejudicial

Em altas doses, pode até interferir na absorção e na eficácia de medicamentos utilizados durante a quimioterapia. 

Inclusive, o grande perigo é que muitos pacientes abandonam o tratamento padrão para aderir unicamente às terapias alternativas, o que pode causar danos irreversíveis

Por isso, é fundamental seguir orientações médicas e nutricionais e priorizar tratamentos comprovados.

Proteínas de origem animal devem ser retiradas da alimentação?

MITO - Durante o tratamento do câncer, a ingestão adequada de proteína é crucial para combater a perda de peso e massa muscular causada por efeitos colaterais. 

Manter os músculos saudáveis ajuda a reduzir a toxicidade, os efeitos colaterais do tratamento e preservar a força física, prevenindo quedas, fadiga e garantindo independência. 

Fontes recomendadas incluem proteínas vegetais (feijões, lentilha, grão-de-bico, ervilha, castanhas) e animais (peixes, frango, ovos, laticínios). 

A carne vermelha deve ser consumida com moderação, até 500g por semana, e preparada cozida ou assada.

Pacientes oncológicos devem manter-se hidratados para responder melhor ao tratamento

A hidratação é uma aliada importante no tratamento oncológico?

VERDADE - Durante o tratamento contra o câncer, muitos pacientes enfrentam efeitos colaterais como perda de apetite, náuseas e alterações no paladar. 

Garantir uma boa hidratação e nutrição é essencial para fornecer energia ao corpo, auxiliando na recuperação e na resposta ao tratamento.

Carboidratos como pão, farinha de trigo, açúcar e arroz devem ser evitados no tratamento do câncer?

MITO - Os carboidratos são a principal fonte de energia do corpo, fornecendo glicose essencial para células, cérebro e músculos. 

A ausência de carboidratos pode levar à perda de massa muscular, prejudicando a recuperação, diminuindo a imunidade e aumentando a fadiga, especialmente durante o tratamento do câncer. 

É importante manter carboidratos na dieta, priorizando fontes in natura ou minimamente processadas, como grãos integrais (arroz integral, aveia, quinoa), cereais integrais, frutas e verduras. 

Porém, evite fontes de carboidratos como alimentos prontos congelados, biscoitos recheados, salgadinhos e refrigerantes, que são pobres em nutrientes e ricos em açúcares e gorduras.

Alimentos gordurosos e frituras estão liberados durante a quimioterapia?

MITO - Em algumas situações, é importante restringir alimentos que possam ser prejudiciais, como os gordurosos e frituras, pois podem aumentar o risco de diarreia e outros desconfortos.  

Além disso, no superaquecimento de óleos e gorduras, como na fritura, acontece a formação de um composto químico tóxico, chamado acroleína, que pode estar relacionado ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer

Suplementos alimentares substituem uma dieta saudável?

MITO - Embora suplementos possam ser indicados para ajudar nas deficiências nutricionais, eles não substituem uma alimentação equilibrada

O uso indiscriminado de suplementos pode até interferir no tratamento, comprometendo sua eficácia. Por isso, é fundamental buscar orientação antes de utilizar qualquer um deles durante o tratamento.

As dificuldades alimentares afetam apenas a saúde física e não interferem na identidade ou nas relações sociais de uma pessoa em tratamento?

MITO - Esses desafios podem resultar em isolamento social, na perda dos rituais alimentares e na comensalidade. 

Por isso, a reorganização da alimentação e o apoio familiar são essenciais para uma adaptação que assegurem a oferta de alimentos, fortaleçam os vínculos emocionais, e promovam o acolhimento e a inclusão do paciente nos momentos significativos da vida familiar.

Em resumo, não há regras universais quando falamos de alimentação e câncer, mas sim recomendações baseadas em evidências científicas. Assim, a dieta deve ser acompanhada por um profissional especializado para que o tratamento seja o mais individualizado possível, levando em consideração vários fatores.

Uma dieta rica em frutas, hortaliças, grãos integrais e alimentos in natura reduz o risco de câncer

Por outro lado, a alimentação também desempenha um papel fundamental na prevenção do câncer, especialmente quando associada ao aproveitamento integral dos alimentos. 

Consumir frutas, hortaliças, grãos integrais e alimentos minimamente processados pode ajudar a reduzir o risco de diversos tipos de câncer. 

Além disso, práticas como o aproveitamento integral dos alimentos - utilizando cascas, talos e sementes - aumentam a ingestão de fibras, vitaminas e antioxidantes, que são nutrientes essenciais na proteção contra o estresse oxidativo e a inflamação ( fatores relacionados ao desenvolvimento da doença).

Incorporar esses hábitos na rotina alimentar não só contribui para a saúde, mas também combate o desperdício, promovendo uma relação mais consciente com os alimentos.

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31/01/2025 10:10

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