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Alimentação Saudável

Alimentação decolonial e insegurança alimentar: como interferiram até os dias de hoje

Para relembrar a luta do movimento negro pelo fim da opressão causada pela escravidão, hoje, 20 de novembro, é o celebrado o Dia da Consciência Negra

Pensando nisso, o Alimente-se Bem vai abordar sobre a alimentação decolonial, na qual valoriza os alimentos provenientes do local, o conhecimento e as técnicas de preparo utilizadas.

No Brasil, durante a colonização, a cultura alimentar indígena e africana sofreu interferência, e com o passar do tempo surgiu o conceito decoloniedade, definido por alguns pensadores, com o propósito de resgatar os costumes dos povos originários.

Resgate da culinária africana

Daí nasce o termo alimentação decolonial, como resultado dessa busca de estabelecer um sistema alimentar que valorize os saberes e ingredientes locais.

Para contribuir com isso, uma sugestão é pesquisar os alimentos típicos da sua região, como as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), e o Alimente-se Bem separou duas receitas exclusivas: Omelete de peixinho e Semente de jaca ao vinagrete.

Insegurança alimentar 

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 2023, há 735 milhões de pessoas no mundo passando fome e 2,3 bilhões em algum nível de insegurança alimentar. Já no Brasil, os dados apontam para 70,3 milhões de pessoas em insegurança alimentar. 

Esse cenário chama atenção para o conceito de segurança alimentar, criado pela FAO, em 1945, no contexto de fome vivenciada após a Segunda Guerra Mundial. 

O propósito é garantir, por meio de políticas públicas, o acesso físico e econômico, de forma permanente, a todos as pessoas, a alimentos emquantidade e qualidade suficientes para suprir as demandas nutricionais.

Se esse conceito foi criado em 1945, por que a fome ainda é um problema atual?

Cultivo de hortaliças de pequeno produtor

A garantia ao acesso à alimentação não é uma tarefa fácil, pois a insegurança alimentar no Brasil é um problema multifatorial

Não é possível afirmar que para acabar com a fome no mundo, basta produzir mais alimentos. Um caminho é, produzir e distribuir alimentos, de forma justa e sustentável, que estejam alinhadas com a cultura do país.

Com isso, é necessário considerar fatores como cultura, economia, sociedade e relações de poder

  1. Relações de poder 

Alimentação e relação de poder se vinculam à medida que os produtores rurais decidem quais alimentos e de que forma serão produzidos. 

E, essa relação com a terra não é de hoje, ela provém do período colonial, na qual as culturas mais produzidas no Brasil eram de cana-de-açúcar e pau brasil.

  1. Sociedade, cultura e sustentabilidade 

Com a chegada dos portugueses, o alimento começou a ser comercializado e produzido em larga escala para exportação.

Desta forma, eles tomaram o espaço da terra habitada pelos indígenas, africanos e quilombolas, bem como desconsideraram o conhecimento da produção de alimentos e as formas de preparo e de consumo.

Nesse cenário, surge o conceito de soberania alimentar como uma ampliação da segurança alimentar, e o alimento passa a ser um direito e não um meio de sobrevivência

Além disso, a soberania alimentar prioriza a produção de alimentos a partir de técnicas sustentáveis.  

Pilares da soberania alimentar

De acordo com o Fórum Mundial pela Soberania Alimentar, em 2007, há seis princípios do conceito: 

  1. Priorizar os alimentos para os povos;
  2. Valorizar os que promovem alimentos;
  3. Desenvolver conhecimentos e habilidades para trabalhar com a natureza;
  4. Localizar os sistemas alimentares;
  5. Promover o controle local.

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17/11/2023 10:14

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