Osteoporose: causas e formas de prevenção e tratamento por meio da alimentação, atividade física e acompanhamento médico
Dizem que os ossos contam nossas histórias e que tal fortalecê-los, a fim de prevenir a osteoporose?
A doença é definida como desordem esquelética, o que leva a perda de massa óssea, e ao alcançar pontos de extrema fragilidade podem ocorrer fraturas, a partir de um simples impacto.
Segundo dados da International Osteoporosis Foundation (IOF) e do Departamento Ósseo e Mineral da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a osteoporose atinge dez milhões de pessoas no Brasil e é mais prevalente em idosos.
Tipos da doença
- Primária: pós-menopausa e senil (a partir dos 70 anos);
- Secundária: ocorre devido a outras doenças, como diabetes, hipertireoidismo, insuficiência renal crônica, entre outras.
Fatores de risco fixos
O médico analista e facilitador da supervisão de Promoção da Saúde, Carlos De Pastena, descreve algumas causas que não podem ser evitadas para o desenvolvimento da doença:
- Idade: com o passar dos anos o risco aumenta, por isso que a maioria dos casos ocorre em pessoas de idade avançada;
- Sexo: mulheres têm mais chances de sofrer perda óssea, devido a menopausa, pois ocorre a queda dos níveis de estrógeno - hormônio que contribui no fortalecimento dos ossos -, por conta disso é importante o médico e a mulher avaliarem a possibilidade de iniciar a terapia de reposição hormonal (TRH), ou outro tratamento, se for necessário;
- Etnia: a propensão é maior em pessoas de pele branca e asiáticas;
- Hereditária: pessoas com histórico familiar de fraturas, principalmente os pais, têm mais chances de desenvolver;
- Fratura prévia: sofrer uma fratura por um pequeno trauma eleva o risco de ter outra.
Fatores de risco variáveis
De acordo com o médico, as causas variáveis nos alertam para uma mudança de estilo de vida e a buscar por orientações de profissionais da saúde:
- Cigarro e álcool: o tabaco e o uso excessivo do álcool produzem efeitos tóxicos nas células, o que leva a perda óssea e as fraturas;
- Peso: pessoas que estão abaixo do peso possuem ossos menores e mais frágeis;
- Medicamentos: o uso prolongado de corticoides, anticonvulsivantes e protetores gástricos;
- Sedentarismo: a falta de exercício físico dificulta a formação de ossos saudáveis;
- Alimentação: o consumo de poucos alimentos que contêm cálcio.
O profissional aponta que a baixa ingestão de cálcio na infância pode aumentar o risco de a osteoporose surgir futuramente: “O esqueleto e os dentes cedem suas reservas de cálcio, quando a necessidade do nutriente não está suprida na alimentação, inclusive, há uma relação em crianças com muitas cáries e baixa densidade óssea”, afirma.
Contudo, embora mais raro, a doença pode ocorrer na infância e na adolescência: “É importante suspeitar da osteoporose nestas fases, quando há fraturas de repetição e a presença de doenças crônicas reumatológicas, gastrointestinais, pulmonares e renais”, explica o médico.
Formas de prevenção
Manter um estilo de vida saudável é importante para prevenir e tratar a doença. As ações preventivas devem integrar atividades físicas e alimentação equilibrada com nutrientes que contribuem para a saúde óssea.
O cálcio é responsável pela formação e manutenção dos ossos, e com o avanço da idade a absorção do nutriente diminui. Para saber se você consome a quantidade adequada de cálcio, acesse a calculadora fornecida pela IOF.
As melhores fontes são provenientes de origem animal, mas na figura abaixo você pode conferir outros alimentos que contém o nutriente.
Receitas
Para te ajudar a incluir mais cálcio na alimentação, separamos as quatro receitas abaixo:
O médico também indica algumas formas de prevenção e tratamento da osteoporose desde a infância até a fase adulta:
- Incentive a amamentação até os seis meses de vida, pois o leite materno é o primeiro estímulo para um adulto de ossos saudáveis;
- Acompanhe o crescimento e o peso do bebê com um profissional de saúde para conduzir a necessidade de cálcio, vitamina D, orientações alimentares ou suplementos;
- Elimine hábitos como tabagismo e álcool, e diminua o consumo de café, sal e refrigerantes;
- Pratique atividades físicas, como caminhada, dança, musculação e esportes, com acompanhamento profissional para respeitar uma boa postura, frequência e intensidade necessária a condição individual. Caso queira aprender alguns exercícios para fazer em casa, acesse a cartilha da Sociedade Brasileira de Reumatologia;
- Exponha-se ao sol, entre 11 e 13 horas, por 15 minutos diários, nos braços e pernas, sem protetor solar, exceto no rosto, para absorver a vitamina D;
- Evite períodos longos de imobilização e, se ocorrer, é preciso passar por reabilitação;
- Controle e acompanhe com um profissional de saúde as doenças, como diabetes, insuficiência renal, hipertireoidismo e hipotireoidismo;
- As mulheres devem fazer exames ginecológicos de rotina e, se necessário, o exame de densitometria óssea (DMO), especialmente se for de etnia branca ou oriental, mais magra, com histórico familiar de fraturas, próxima da menopausa e já ter usado glicocorticoides (cortisona) por mais de três meses;
- Na maturidade, continue a cuidar da visão, audição, equilíbrio e força muscular. É importante realizar check-up médico anual para ajustar doses de medicamentos e saber se algum pode prejudicar os ossos;
- Faça adaptações do ambiente, como quarto, corredores e banheiro, para evitar acidentes domésticos, especialmente as quedas.
O profissional explica que uma alternativa preventiva é investigar clinicamente, quando a pessoa apresenta antecedentes familiares e fatores de risco. “A avaliação será seguida de exames físicos e complementares, entre eles o de DMO, que detecta precocemente a perda óssea. O exame é feito com um aparelho de dupla emissão de raio-X, porém com baixa dosagem de radiação”, conclui.
Caso queira calcular as possibilidades de sofrer fraturas, a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso) disponibiliza a calculadora de Ferramenta de Avaliação de Risco de Fratura (FRAX) que reúne os principais fatores para osteoporose com informações da DMO, acesse aqui
O médico destaca que: “O tratamento medicamentoso, quando bem indicado e com a adesão da pessoa com alto risco de fraturas, especialmente no início da doença, contribui para a integridade dos ossos e a qualidade de vida”, finaliza.
24/03/2022 10:00