Dia Mundial da Alimentação: direito à alimentação para uma vida e futuro melhores
No próximo dia 16 de outubro comemora-se o Dia Mundial da Alimentação. É o 43º aniversário da data que foi criada para enfatizar a importância desse tema e propor ações estratégicas que garantam a todos os cidadãos o acesso à alimentação saudável.
Mas o que é alimentação saudável, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura)?
• alimentação variada e segura do ponto de vista nutricional e microbiológico;
• acesso contínuo em quantidade e qualidade adequados;
• práticas que valorizem o aspecto social e cultural dos alimentos como significado básico.
Para 2024, o tema escolhido foi “Direito à alimentação para uma vida e futuro melhores”, evidenciando a conexão entre ações sustentáveis, escolhas saudáveis e um futuro viável.
Embora 780 milhões de pessoas passem fome, atualmente, em todo o mundo, erradicar a fome ainda é uma meta alcançável.
O papel do Brasil no acesso a alimentos e no combate à fome
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de alimentos e, paradoxalmente, um campeão também no desperdício. Milhões de toneladas de frutas, legumes e verduras são jogados fora todos os anos.
É urgente uma mudança de cultura e atitude para que a produção, acesso e consumo sejam mais sustentáveis, e os alimentos sejam mais saudáveis. Só assim estaremos garantindo a vida hoje e no futuro, bem como a sobrevivência do planeta.
O papel da sociedade
A questão é complexa e cada setor tem suas responsabilidades:
Indústria
Promovendo práticas sustentáveis e inclusivas
• Combater o desperdício;
• Promover a sustentabilidade;
• Investir em tecnologia para conservação de alimentos;
• Otimizar a logística de distribuição;
• Garantir condições justas de trabalho e remuneração;
• Produzir alimentos que atendam a diferentes necessidades nutricionais;
• Apoiar iniciativas de acesso a alimentos para populações vulneráveis;
• Fazer parcerias com organizações que trabalham para erradicar a fome.
Governos
Políticas públicas e incentivos
• Implementar programas de segurança alimentar e nutricional;• Oferecer subsídios para alimentos saudáveis;
• Criar “bancos de alimentos” para populações vulneráveis;
• Investir em infraestrutura, como mercados locais e sistemas de transporte que facilitem o acesso a alimentos frescos, especialmente em áreas menos atendidas;
• Desenvolver programas de educação nutricional e campanhas de conscientização sobre dietas equilibradas e a importância da alimentação saudável.
Escolas
Educação alimentar e nutrição infantil
• Garantir refeições escolares nutritivas e equilibradas;
• Incorporar programas educacionais sobre alimentação saudável e sua influência na saúde e no bem-estar;
• Realizar ações práticas como hortas escolares;
• Criar parcerias com produtores locais.
Sociedade Civil
Mobilizações e Parcerias
• Implementar projetos comunitários, como distribuição de alimentos e educação nutricional;
• Arrecadar fundos e oferecer suporte direto a famílias em vulnerabilidade alimentar;
• Promover campanhas de conscientização (ex.: desperdício e escolhas saudáveis);
• Atuar junto às ONGs e grupos comunitários, com doações ou participação em campanhas.
Cidadãos
Ações individuais e coletivas• Adotar práticas de consumo consciente;
• Reduzir o desperdício e priorizar alimentos sustentáveis;
• Apoiar iniciativas locais, como feiras de alimentos e cooperativas;
• Participar de campanhas de arrecadação de alimentos;
• Ser voluntário em ONGs que trabalham com segurança alimentar.
Dia Mundial da Alimentação: um dia de consciência
O próximo dia 16 é, sobretudo, uma oportunidade para reflexão. O direito à alimentação nutritiva e saudável deve ser universal. Todos temos que unir esforços e colaborar de maneira coordenada, para garantir um futuro sustentável. É uma questão de sobrevivência. É hora de agir!
“Apenas um processo coletivo, solidário e humanizador que fortaleça as vivências, vozes e saberes, que se inspire e ancore em experiências populares de transformação da realidade fará com que o Dia Mundial da Alimentação possa ser, de fato, comemorado algum dia.”
Elisabetta Recine
Presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA)