Nova lei de rotulagem de alimentos: saiba quais são as mudanças para ajudar na hora da compra
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde 2017, estuda e conversa com vários setores da sociedade sobre formas de melhorar as informações dos rótulos dos produtos consumidos pelos brasileiros.
Com isso, novas regras foram estabelecidas e publicadas na RDC Nº 429, e começaram a vigorar em 9 de outubro de 2022.
As principais atualizações da legislação referem-se à tabela de informações nutricionais e ao selo de rotulagem frontal.
Informação nutricional
A tabela de informação nutricional já é conhecida pelos brasileiros e, desde 2001, é obrigatória nos rótulos dos alimentos.
Entretanto, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), em 2016, com mais de 2,5 mil pessoas, apontou que 40% dos consumidores têm dificuldade de entendê-la. Alguns problemas relatados foram:
- Letras pequenas;
- Necessidade de fazer cálculos.
Novas regras
As novas exigências feitas pela Anvisa propõem:
- Informar os valores nutricionais em 100 gramas de alimento
Antes era obrigatório mencionar apenas o valor nutricional da porção e isso dificultava a comparação entre produtos, já que cada um deles mostra uma porção diferente.
- Constar o número de porções na embalagem
Essa informação era opcional, agora ajudará o consumidor a ter uma noção melhor da quantidade de nutrientes ingerida.
- Visual da tabela padronizado
Para evitar a utilização de cores que dificultem a leitura das informações e facilitar a localização, a tabela deve ter o fundo branco e as letras pretas.
Outro ponto, é que ela deve estar próxima da lista de ingredientes e não pode ser posicionada em áreas encobertas ou deformações da embalagem, exceto em produtos cuja área de rotulagem seja menor que 100 cm².
- Inclusão de açúcares totais e adicionados
Com essa informação, o consumidor poderá diferenciar a origem dos carboidratos presentes no alimento.
- Os açúcares totais são os que podem ser digeridos e absorvidos pelo corpo. É o caso dos açúcares contidos no leite e nas frutas.
- Já os açúcares adicionados são aqueles acrescentados durante o processamento dos alimentos, como: açúcar de cana; açúcar de beterraba; açúcares de outras fontes; mel; melaço; melado; rapadura; caldo de cana; extrato de malte; sacarose; glicose; frutose; lactose; dextrose; açúcar invertido; xaropes e maltodextrinas.
1 - Modelo vertical de nova tabela de informações nutricionais
2 - Modelos de rotulagem frontal para alimentos com alto teor de três nutrientes*
*Há também os selos de um e dois nutrientes.
Rotulagem frontal
A novidade do selo frontal informa ao consumidor se o produto contém alto teor de açúcar adicionado, gordura saturada e/ou sódio.
Para definir o que é considerado alto teor, a Anvisa estabeleceu quantidades máximas dos nutrientes. Veja na tabela abaixo os pontos de corte para o alto teor de nutrientes.
Alto teor | Alimentos sólidos e semissólidos | Alimentos líquidos |
Açúcar adicionado | 15 g ou mais por 100 g de alimento | 7,5 g ou mais por 100 ml de alimento |
Gordura saturada | 6 g ou mais por 100 g de alimento | 3 g ou mais por 100 ml de alimento |
Sódio | 600 mg ou mais por 100 g de alimento | 300 mg ou mais por 100 ml de alimento |
Os alimentos que ultrapassarem esses “pontos de corte'' devem obrigatoriamente exibir o selo com uma lupa acompanhado da expressão “alto em” e da identificação do nutriente excedido, como mostra a figura 2.
Função dos selos
As informações dos selos têm o objetivo de o consumidor identificar facilmente quais alimentos possuem excesso de nutrientes que fazem mal à saúde e ajudar nas escolhas alimentares mais conscientes.
Os nutrientes destacados nos selos frontais alertam para doenças como obesidade, hipertensão e dislipidemia, que hoje são consideradas os maiores problemas de saúde pública no mundo.
Esse tipo de indicação nas embalagens dos rótulos é utilizado há décadas, de maneira opcional, por diversos países.
Em 2016, o Chile tornou-se o primeiro país a estabelecer a rotulagem frontal obrigatória, seguido pelo Uruguai, em 2018, Peru, em 2019, e, México, em 2020.
Agora, com a versão brasileira, temos um avanço importante na saúde pública para prevenção das doenças crônicas.
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18/11/2022 15:09