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Alimentação Saudável

Aleitamento humano: conheça os benefícios da amamentação e os mitos sobre a aparência do leite

O mês de maio é dedicado ao aleitamento materno. Essa prática é fundamental para o crescimento e o desenvolvimento da criança, e, atualmente, o Ministério da Saúde sugere que o termo seja chamado de aleitamento humano.  

A proposta está associada a inclusão do grupo LGBTQIA+ e a doação de leite humano às mães que não podem amamentar. 

Dessa forma, o aleitamento não se restringe apenas às mulheres hétero cisgênero e, sim, engloba o direito da criança, independente da formação de família

Aleitamento humano no Brasil 

A nomenclatura aleitamento humano é para incluir todos os gêneros

Em 2019 foi publicado, pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), um trabalho que mostrou um aumento nas taxas de aleitamento no país:  

  • 45,8% de aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses;  
  • Metade das crianças brasileiras são amamentadas por mais de 1 ano e 4 meses; 
  • 35,5% são amamentadas até os 2 anos de vida.  

Nesse mesmo estudo, quase todas as crianças, 96,2%, foram amamentadas alguma vez, sendo que 2 em cada 3 são amamentadas ainda nas primeiras horas de vida, 62,4%.  

Em relação a 1986, houve um aumento de mais de 12 vezes da prevalência de amamentação exclusiva para crianças menores de 4 quatro meses. 

Metas da OMS 

Mesmo com esses bons índices, ainda estamos distantes das metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2030 que são:   

  • 70% na primeira hora de vida; 
  • 70% nos primeiros seis meses, de forma exclusiva; 
  • 80% no primeiro ano de vida; 
  • 60% até os dois anos. 

A OMS e o Ministério da Saúde recomendam manter o aleitamento até os 2 anos de idade ou mais, e oferecer apenas o leite humano até o sexto mês de vida.   

Isso porque o leite humano é um alimento completo, pois contém nutrientes e substâncias de defesa que não são encontradas em nenhum outro alimento, bem como protege o organismo do bebê

Benefícios da amamentação 

O ideal é a amamentar o bebê até os 2 anos

A amamentação é um dos melhores investimentos à saúde infantil. Ela está associada a redução de doenças crônicas, como alergias, hipertensão, colesterol alto, obesidade, diabetes, diarreia, infecções respiratórias e até mortalidade infantil. 

Estudos já apresentaram uma relação positiva entre a amamentação e o desenvolvimento cognitivo e motor da criança: 

  • Adultos que foram amamentados quando crianças possuem 3,4 pontos a mais nos indicadores de cognição. Esse número pode resultar em mais anos de escolaridade e formação. 

Desmame e não-amamentação 

Com tantos benefícios, já sabemos que a amamentação é o melhor e mais econômico caminho a se seguir. Porém, por que as taxas de desmame ou de não-amamentação são elevadas no mundo todo? 

As principais causas para o desmame precoce são:  

  • A depressão pós-parto;  
  • O tipo de parto, especificamente o parto cirúrgico; 
  • A falta do contato pele a pele entre a mãe e o recém-nascido; 
  • A criança ter recebido fórmula infantil complementar na maternidade.  

Outro fator, é a falta de orientação e apoio: 

  • Dificuldades e dúvidas que surgem nas primeiras horas e nos primeiros dias após o parto e o nascimento do bebê; 
  • Durante o pré-natal e nas maternidades, quando as mulheres têm alguma dificuldade com os cuidados das mamas e o manejo adequado
A gestação de gêmeos é um fator de desmame precoce

Por fim, algumas condições de saúde da pessoa que amamenta também podem interferir no aleitamento, pois requerem maior cuidado e apoio. São elas:  

  • Alguma deficiência física de quem amamenta; 
  • Dificuldade na produção de leite;  
  • Gestação de gêmeos; 
  • Rotina de cuidados adotada pela maternidade, como uso de chupeta e mamadeira; 
  • Renda familiar; 
  • Retorno ao trabalho, após a licença maternidade. 

Com isso, é necessário criar um ambiente favorável para melhorar as práticas de amamentação, como proteção, promoção à saúde e apoio à amamentação em nível individual, institucional e governamental. 

Mitos sobre a aparência do leite humano 

O leite humano passa por 3 fases

A cor ou a textura do leite não indica que é mais forte ou mais fraco. Isso é mito, pois não existe leite fraco, independente da aparência, o alimento terá os nutrientes em quantidade adequada para cada fase do bebê. 

O que ocorre é, durante a amamentação, o leite se transforma e adapta às necessidades dos bebês, por isso ele é dividido em 3 fases

Colostro: Com aparência transparente ou amarelada, esse primeiro leite contém proteínas e anticorpos, e é fundamental para a proteção do bebê, que mama poucas quantidades e em períodos mais curtos e frequentes. 
Leite de transição: Entre o 6° e o 15° dia após o nascimento do bebê, o corpo da mulher produz um leite mais denso e volumoso, chamado de leite de transição. O alimento é rico em gorduras boas e carboidratos. 
Leite maduro: Começa a ser produzido por volta do 25° dia e possui um aspecto consistente e esbranquiçado. O líquido é composto por proteínas, gorduras boas, carboidratos e outros nutrientes. 

Algumas vezes, o leite produzido pode apresentar um maior teor de gordura boas, dependendo da sua alimentação, mas isso não significa que o leite de outras mães seja fraco ou que a nutrição do bebê será prejudicada. 

Já às pessoas que tiveram alguma restrição alimentar durante a gestação ou condições de se alimentar adequadamente, é preciso monitorar e repor os nutrientes, se necessário com orientação médica ou nutricional.

No entanto, esse leite será bom para o bebê, pois o organismo reserva tudo que tem de melhor para alimentar a criança. 

No caso dos bebês prematuros, o leite da mãe é diferente de uma criança que nasceu da gestação completa. Mesmo assim, esse alimento tão completo fornece a quantidade ideal de nutrientes ao bebê e, inclusive, ajuda na digestão. 

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O leite humano é um recurso renovável, produzido especialmente para ser consumido pelos bebês, sem poluição, embalagens ou resíduos. 

17/05/2024 09:00

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